Fonte: www.vozdaplanicie.pt
A "igreja de ouro" de Beja reabre depois de oito anos de restauro
21.11.2006
Já se pode entrar na Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres. Não para rezar, mas para olhar. O novo Museu Episcopal é mesmo ao lado.

Na oficina de estofos do senhor Parente e no atelier de encadernações Progresso há quem se lembre bem da Igreja da Nossa Senhora dos Prazeres, no centro histórico de Beja, estar aberta. Isabel Colaço, de 55 anos, há 34 a viver na cidade, recorda em especial um casamento: "A Manuela desceu a rua de noiva e eu fiz por vir vê-la porque ela nasceu na minha terra, a Salvada. Mas isso foi há muitos anos".
A igreja, que a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, reabriu ontem, na mesma cerimónia em que inaugurou o Museu Episcopal, estava em restauro desde 1998. O projecto, orçado em 400 mil euros, 75 por cento dos quais pagos pelo Programa Operacional da Cultura, devolveu ao edifício tardo-maneirista, concluído em 1672, "a dignidade que merece", comprometida por "anos de abandono", desde a morte do último capelão, um padre e escritor que todos conhecem na cidade por "Dr. Ramalho", em 1987, explica José António Falcão, director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja.
A obra, que envolveu a diocese, a câmara e o Instituto Português do Património Arquitectónico, não se limitou ao edifício. Depois de uma primeira fase que se ocupou das coberturas e da consolidação da estrutura que, no final dos anos 90, se encontrava em "avançado estado de degradação", passou-se à conservação e restauro do património integrado e móvel. A talha dourada dos altares - "elemento importantíssimo que está muito ligado à estética do barroco", explica Falcão -, a pintura e o azulejo foram alvo de intervenção e investigação.
"Este é um dos edifícios mais extraordinários da diocese de Beja e uma das jóias da coroa do Baixo Alentejo", diz o director do departamento da diocese, que já inventariou 500 edifícios e mais de 200 mil obras. Os frescos do tecto da igreja e as pinturas sobre madeira representam cenas da vida da Virgem Maria e de Jesus e, tal como os azulejos, são todos dos finais do século XVII. A pintura é de Oliveira Fernandes e de Pedro Figueira, seu pai (a do tecto). Os azulejos são de Gabriel Del Barco e, ao contrário do que é habitual para a época, estão datados e assinados. A talha é de Manuel João Fonseca.
Quando chegou à igreja na década de 90, José António Falcão encontrou infiltrações, altares em talha que ameaçavam ruir, o chão infestado de térmitas e uma instalação eléctrica com 70 anos. Hoje pode voltar a chamar-lhe "capela de ouro" e espera fazer dela um "cartão de visita" para os outros museus e igrejas da cidade.
Aproveitando a presença da ministra, em visita de três dias ao distrito de Beja, Falcão pediu a colaboração do ministério na recuperação de mais um edifício da diocese, a Igreja de Nossa Senhora Ao Pé da Cruz, um templo barroco no Bairro do Pelame, fora das muralhas, mais ligado ao culto popular.
Pires de Lima disse esperar que o investimento no património seja acompanhado de uma aposta no turismo da região.
"A cultura é cada vez mais um investimento e não uma despesa sem retorno", defendeu a ministra, falando nos 800 mil euros a aplicar no programa Terras Sem Sombra, que tem por objectivo articular os esforços dos sectores da cultura e do turismo na dinamização das rotas e santuários de peregrinação do Baixo Alentejo, de que a Igreja dos Prazeres faz parte.

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