 ) "Manifesto do Arquitecto João Correia Rebelo")
Obras do arquitecto João Correia Rebelo com proposta de classificação
07.01.2007
A casa Almeida Lima, na Rua direita da Ribeira Grande, é uma das propostas para classificação. No entanto, apesar do Instituto Açoriano de Cultura o defender, a Ordem dos Arquitectos nos Açores é contra. Em relação ao Colégio de S. Francisco Xavier, a Ordem defende a sua classificação apenas como de Interesse Concelhio...
Algumas das obras realizadas pelo arquitecto micaelense João Correia Rebelo poderão vir a ser classificadas de Interesse Público pela Assembleia Regional. A proposta dos deputados do PS foi aprovada pela Comissão dos Assuntos Sociais na semana passada.
De acordo com o texto da iniciativa, a Estalagem da Serreta, considerada como a sua obra mais emblemática nos Açores, deverá ser classificada sem grandes delongas, permanecendo algumas dúvidas em relação a outras construções.
A casa Almeida Lima, na Rua direita da Ribeira Grande, é uma das propostas para classificação. No entanto, apesar do Instituto Açoriano de Cultura o defender, a Ordem dos Arquitectos nos Açores é contra. Em relação ao Colégio de S. Francisco Xavier, a Ordem defende a sua classificação apenas como de Interesse Concelhio.
Da proposta inicial constam outros imóveis, que no entanto não parecem recolher unanimidade: conjunto residencial Dr. Silveira Rosa, casa Silva Fraga e Central Térmica do Caminho da Levada, em Ponta Delgada, um abrigo agrícola no Monte Escuro (S. Miguel) e o edifício dos CTT em Vila do Porto.
A Ordem dos Arquitectos estima mesmo que deverá ser utilizado algum cuidado para não "vulgarizar aquele estatuto", mas refere que a proposta "reflecte o pensamento da Ordem dos Arquitectos ao elaborar um recente inquérito sobre a Arquitectura Portuguesa do Século XX, perspectivando a salvaguarda do património arquitectónico do século passado e a preocupação pela gestão do património que se vem fazendo, tantas vezes, impeditiva da sua própria preservação".
Em relação à casa Almeida Lima, o IAC defende a sua classificação, "por se tratar de um bom exemplo de uma situação na qual a classificação pode actuar como factor de protecção, uma vez que a casa Almeida Lima fica situada numa zona densamente urbanizada e de alguma pressão por parte dos conjuntos envolventes".
Já em relação à Estalagem da Serreta, tanto o IAC como a deputada Catarina Furtado defende que a classificação não inviabilize a "ampliação ou outro tipo de obras que, sem desrespeito pelos marcos da obra, permitam a sua viabilização".
João Correia Rebelo era filho do consagrado Pintor Domingos Rebelo. Nasceu em Ponta Delgada em 1923 e formou-se em Lisboa, na Escola Superior de Belas Artes. O seu pensamento insere-se no Movimento Moderno, "mas o desejo de elevar os seus ideais a voos mais altos, levaram-no a emigrar para o Canadá, em 1969", refere o catálogo de uma exposição organizada pelo IAC, intitulada "João Correia Rebelo - Um Arquitecto Moderno nos Açores".
"João Correia Rebelo era um homem de convicções. Como muitos arquitectos da sua geração acreditava que a arquitectura e o urbanismo propostos pelo Movimento Moderno haveriam de mudar o Mundo para melhor. Não concebia nem aceitava uma arquitectura que não recorresse às possibilidades técnicas e materiais do seu tempo, que não fosse a expressão inequívoca desses recursos, das funções a que se destinava, de um desígnio social. Distinguiu-se pelo modo particularmente aguerrido e intransigente com que defendeu aqueles ideais e por ter tentado fazê-lo não só através dos seus projectos, mas também, caso único no Portugal dos anos 50, pela publicação de verdadeiros manifestos".
De acordo com o texto da iniciativa, a Estalagem da Serreta, considerada como a sua obra mais emblemática nos Açores, deverá ser classificada sem grandes delongas, permanecendo algumas dúvidas em relação a outras construções.
A casa Almeida Lima, na Rua direita da Ribeira Grande, é uma das propostas para classificação. No entanto, apesar do Instituto Açoriano de Cultura o defender, a Ordem dos Arquitectos nos Açores é contra. Em relação ao Colégio de S. Francisco Xavier, a Ordem defende a sua classificação apenas como de Interesse Concelhio.
Da proposta inicial constam outros imóveis, que no entanto não parecem recolher unanimidade: conjunto residencial Dr. Silveira Rosa, casa Silva Fraga e Central Térmica do Caminho da Levada, em Ponta Delgada, um abrigo agrícola no Monte Escuro (S. Miguel) e o edifício dos CTT em Vila do Porto.
A Ordem dos Arquitectos estima mesmo que deverá ser utilizado algum cuidado para não "vulgarizar aquele estatuto", mas refere que a proposta "reflecte o pensamento da Ordem dos Arquitectos ao elaborar um recente inquérito sobre a Arquitectura Portuguesa do Século XX, perspectivando a salvaguarda do património arquitectónico do século passado e a preocupação pela gestão do património que se vem fazendo, tantas vezes, impeditiva da sua própria preservação".
Em relação à casa Almeida Lima, o IAC defende a sua classificação, "por se tratar de um bom exemplo de uma situação na qual a classificação pode actuar como factor de protecção, uma vez que a casa Almeida Lima fica situada numa zona densamente urbanizada e de alguma pressão por parte dos conjuntos envolventes".
Já em relação à Estalagem da Serreta, tanto o IAC como a deputada Catarina Furtado defende que a classificação não inviabilize a "ampliação ou outro tipo de obras que, sem desrespeito pelos marcos da obra, permitam a sua viabilização".
João Correia Rebelo era filho do consagrado Pintor Domingos Rebelo. Nasceu em Ponta Delgada em 1923 e formou-se em Lisboa, na Escola Superior de Belas Artes. O seu pensamento insere-se no Movimento Moderno, "mas o desejo de elevar os seus ideais a voos mais altos, levaram-no a emigrar para o Canadá, em 1969", refere o catálogo de uma exposição organizada pelo IAC, intitulada "João Correia Rebelo - Um Arquitecto Moderno nos Açores".
"João Correia Rebelo era um homem de convicções. Como muitos arquitectos da sua geração acreditava que a arquitectura e o urbanismo propostos pelo Movimento Moderno haveriam de mudar o Mundo para melhor. Não concebia nem aceitava uma arquitectura que não recorresse às possibilidades técnicas e materiais do seu tempo, que não fosse a expressão inequívoca desses recursos, das funções a que se destinava, de um desígnio social. Distinguiu-se pelo modo particularmente aguerrido e intransigente com que defendeu aqueles ideais e por ter tentado fazê-lo não só através dos seus projectos, mas também, caso único no Portugal dos anos 50, pela publicação de verdadeiros manifestos".
