Em causa estão os 35 milhões de euros que o Sporting tem a receber da empresa MDC, pelos terrenos ao lado do estádio e que só serão transferidos para a conta leonina quando o município der o aval para a construção. O que ainda não aconteceu.

Segundo o DN apurou, o dirigente leonino aproveitou o facto de a antiga vereadora do Urbanismo ter suspendido o mandato, após ser constituída arguida no caso Bragaparques, para solicitar uma reunião com o presidente do município lisboeta, que assumiu a pasta, para tentar desbloquear a situação.

O Sporting está desde 1999 à espera de autorizações para iniciar a construção dos projectos no terreno do antigo estádio e no espaço onde funcionava o antigo Bingo, que foram base do financiamento para a construção do Complexo Alvalade XXI. O Sporting diz-se vítima da burocracia da CML e do Metro, que não se entendem entre si impedindo assim que os protocolos assinados sejam cumpridos. Ou seja prejudicam a recuperação financeira do clube, que por cada dia de atraso na aprovação paga à banca 10 mil euros de juros.

Daí a importância de renegociar o project finance e a necessidade de incluir no novo acordo com a banca (BES e BPI), não só a verba que resultou da alienação do património como a que advém da MDC. Em declarações ao jornal Público, Soares Franco ameaçou demitir-se, caso não consiga reduzir o passivo de 270 milhões de euros para 200 milhões até Junho. Isto se contabilizarmos ainda os cerca de 50 milhões de euros da venda de imóveis do clube, apesar do pagamento ser parcelar.