Seixal
Oferta de reabilitação urbana valerá 80 mil milhões de euros
09.03.2007
A reabilitação urbana pode originar negócios de 80 mil milhões de euros nos próximos oito anos, se for mantido um volume de investimento idêntico ao do triénio 1999/2001, período em foram construídas 110 mil habitações novas por ano, quando o mercado só precisava de 50 mil.
A oportunidade de negócio, que pode ajudar a resolver a crise no sector da construção civil e de igual forma contribuir para o rejuvenescimento das cidades, foi defendida pelo arquitecto Manuel Salgado, durante uma conferência subordinada ao tema "Reabilitação urbana", que decorreu à margem da Exposição Viver as Cidades, promovida pelo programa Polis. A diminuição da construção a partir de 2000, notou o arquitecto, causou problemas graves ao sector da construção que afectam já o emprego. Por outro lado, agora tornou-se necessário reabilitar cerca de cem mil fogos por ano.

Falando na presença do ministro do Ambiente, Nunes Correia, e perante uma plateia que encheu o pequeno auditório do Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, Manuel Salgado assinalou que o sector da construção português, ao contrário do que se passa no resto da Europa, está voltado para a construção de novas habitações, tendo a reabilitação urbana um peso residual de 6%.

Com 45% dos novos alojamentos construídos entre 1980 e 2001, o nosso parque habitacional é o mais moderno da Europa, afirmou o especialista, socorrendo-se de números do Guia Técnico de Reabilitação Habitacional. Dos 6% de alojamentos anteriores a 1919, 40% estão a necessitar de obras médias ou profundas e 15% estão em ruína iminente.

E o último suspiro dos edifícios será inevitável, segundo o projectista, na ausência de políticas públicas que obstem à degradação. Exemplificando, lembrou que em 30 anos, de 1970 a 2001, 740 mil alojamentos anteriores a 1919 foram demolidos.

Com o mercado de habitações novas saturado, e pressionado pela existência de 330 mil alojamentos vagos, que não estão disponíveis no mercado, nem previstos para demolição, o que leva a crer serem activos financeiros, a reabilitação além de necessária pode ser uma oportunidade para as cidades.

Nesse contexto, Manuel Salgado sublinhou a importância das políticas públicas, não só na regulação do mercado como no cruzamento de um conjunto vasto de medidas, desde a acção social ao desenvolvimento económico. O desafio, lembrou o arquitecto, consiste em captar o máximo de investimento privado possível, com o mínimo de investimento público, o que, acentuou, "só acontece se houver oportunidade de criação de riqueza". O arquitecto deu o exemplo do Polis no Seixal, onde um "ligeiro aumento do índice de construção de 0,35 para 0,50 permitirá que a reabilitação se pague por si só".

Defensor das autarquias no planeamento das cidades - "o município não deve ser só o polícia fiscalizador do incumprimento da lei" -, Manuel Salgado lembrou que os processos de decisão têm de ser ágeis e eliminar entraves. "A falta de soluções para o realojamento de idosos, as dificuldades em obter financiamento, a demora dos licenciamentos e na resposta aos pedidos de apoio" foram exemplos dados.

Prolongar a vida útil de edifícios e equipamentos, através de acções de reabilitação ou revitalização, contribui para a valorização do património e a melhoria da qualidade de vida. Aspectos que Manuel Salgado entende serem essenciais para a afirmação de cidades competitivas, capazes de gerar riqueza.

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