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 ) "Arquitecto Fernando Távora (1923-2005)")
PRÉMIO FERNANDO TÁVORA PARA ARQUITECTA ALGARVIA SÍLVIA BENEDITO
10.04.2007
Uma bolsa de cinco mil euros para uma viagem de investigação é o prémio. Sílvia Benedito vai estudar o urbanismo colonial português na costa atlântica.
Sílvia Benedito, 34 anos, arquitecta algarvia actualmente radicada em Nova Iorque, foi a vencedora da 2.ª edição do Prémio Fernando Távora, ontem atribuído em Matosinhos, pelo seu projecto Quadrícula Emocional: Um Urbanismo Híbrido entre Natureza e Arquitectura nas Cidades Atlânticas Portuguesas do Século XVI. O júri do prémio, presidido pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio, justificou a decisão, unânime, por considerar que o projecto de Sílvia Benedito “abre perspectivas de leitura inovadoras do urbanismo português”.
O Prémio Fernando Távora foi lançado em 2005 pela Ordem dos Arquitectos/Secção Regional do Norte (OA/SRN), em colaboração com a Câmara de Matosinhos, e consiste numa bolsa no valor de cinco mil euros destinados a custear uma viagem de investigação – a viagem e a sua relação com a arquitectura foi um tema a que Fernando Távora (1923-2005) deu grande importância na sua obra e na sua carreira docente.
Sílvia Benedito disse ontem ao PÚBLICO, a partir de Nova Iorque, que via o prémio como “um importante marco pessoal e profissional”. “Porque a arquitectura, o acto de desenhar e de entender o espaço, é extremamente pessoal”, justificou, e também por ele vir associado ao nome do arquitecto portuense (que foi seu professor em Coimbra) e à sua lição de que “a especificidade é muito importante, principalmente nestes tempos de globalização em que vivemos”.
O que Sílvia Benedito quer investigar é precisamente a especificidade do urbanismo português dos tempos da colonização, no século XVI. Porque a considera “uma realidade que está por explorar”, nomeadamente na dimensão “emocional” e na atenção “à realidade envolvente, à natureza, à ecologia” que, segundo a arquitecta, marcou a intervenção portuguesa nas terras a que os colonizadores iam chegando.
Luís Tavares Pereira, membro do júri em representação da OA/SRN – os outros jurados foram os arquitectos Alexandre Alves Costa e Gonçalo Byrne e o fotógrafo Luís Ferreira Alves -, realçou o carácter original da proposta de Benedito, precisamente por ela abordar uma questão dos nossos dias a partir a lição da História. O arquitecto chama a atenção para a diferença, na época citada, entre o urbanismo da colonização portuguesa e o da espanhola, este muito mais condicionado à imposição da quadrícula. “O nosso foi um urbanismo que sempre se moldou mais ao território”, nota Tavares Pereira.
Para concretizar a sua investigação, Sílvia Benedito vai atravessar o Atlântico no próximo mês de Agosto, com paragens no Funchal e Ponta Delgada, e depois na costa brasileira: Natal, Olinda, São Salvador, Rio de Janeiro, Santos... Em Outubro, apresentará o resultado do trabalho numa conferência no Dia Mundial da Arquitectura, também em Matosinhos.
Sílvia Benedito nasceu em Silves, em 1972; licenciou-se na Faculdade de Arquitectura de Coimbra; fez o mestrado na Harvard University Graduate of Design (2004) e está radicada nos EUA desde 2002. Actualmente trabalha como arquitecta associada no atelier Field Operations, de James Corner.
Quatro “menções honrosas”
Para além do projecto distinguido, o júri decidiu citar os outros quatro (dos 22 a concurso) que chegaram à fase final da avaliação, como forma de “gratificar os seus autores”, como referiu Luís Tavares Pereira: são eles Rodrigo Cardoso, Susana Rodrigues, Rui Seco da Costa e Miguel Gomes da Costa. Luís Tavares Pereira assinala a presença, entre estas proposas maioritariamente de jovens arquitectos (e que têm de estar inscritos na Ordem, segundo o Regulamento), de trabalhos que incidem sobre “a abordagem de temas contemporâneos revestidos de grande dificuldade”.
O Prémio Fernando Távora foi lançado em 2005 pela Ordem dos Arquitectos/Secção Regional do Norte (OA/SRN), em colaboração com a Câmara de Matosinhos, e consiste numa bolsa no valor de cinco mil euros destinados a custear uma viagem de investigação – a viagem e a sua relação com a arquitectura foi um tema a que Fernando Távora (1923-2005) deu grande importância na sua obra e na sua carreira docente.
Sílvia Benedito disse ontem ao PÚBLICO, a partir de Nova Iorque, que via o prémio como “um importante marco pessoal e profissional”. “Porque a arquitectura, o acto de desenhar e de entender o espaço, é extremamente pessoal”, justificou, e também por ele vir associado ao nome do arquitecto portuense (que foi seu professor em Coimbra) e à sua lição de que “a especificidade é muito importante, principalmente nestes tempos de globalização em que vivemos”.
O que Sílvia Benedito quer investigar é precisamente a especificidade do urbanismo português dos tempos da colonização, no século XVI. Porque a considera “uma realidade que está por explorar”, nomeadamente na dimensão “emocional” e na atenção “à realidade envolvente, à natureza, à ecologia” que, segundo a arquitecta, marcou a intervenção portuguesa nas terras a que os colonizadores iam chegando.
Luís Tavares Pereira, membro do júri em representação da OA/SRN – os outros jurados foram os arquitectos Alexandre Alves Costa e Gonçalo Byrne e o fotógrafo Luís Ferreira Alves -, realçou o carácter original da proposta de Benedito, precisamente por ela abordar uma questão dos nossos dias a partir a lição da História. O arquitecto chama a atenção para a diferença, na época citada, entre o urbanismo da colonização portuguesa e o da espanhola, este muito mais condicionado à imposição da quadrícula. “O nosso foi um urbanismo que sempre se moldou mais ao território”, nota Tavares Pereira.
Para concretizar a sua investigação, Sílvia Benedito vai atravessar o Atlântico no próximo mês de Agosto, com paragens no Funchal e Ponta Delgada, e depois na costa brasileira: Natal, Olinda, São Salvador, Rio de Janeiro, Santos... Em Outubro, apresentará o resultado do trabalho numa conferência no Dia Mundial da Arquitectura, também em Matosinhos.
Sílvia Benedito nasceu em Silves, em 1972; licenciou-se na Faculdade de Arquitectura de Coimbra; fez o mestrado na Harvard University Graduate of Design (2004) e está radicada nos EUA desde 2002. Actualmente trabalha como arquitecta associada no atelier Field Operations, de James Corner.
Quatro “menções honrosas”
Para além do projecto distinguido, o júri decidiu citar os outros quatro (dos 22 a concurso) que chegaram à fase final da avaliação, como forma de “gratificar os seus autores”, como referiu Luís Tavares Pereira: são eles Rodrigo Cardoso, Susana Rodrigues, Rui Seco da Costa e Miguel Gomes da Costa. Luís Tavares Pereira assinala a presença, entre estas proposas maioritariamente de jovens arquitectos (e que têm de estar inscritos na Ordem, segundo o Regulamento), de trabalhos que incidem sobre “a abordagem de temas contemporâneos revestidos de grande dificuldade”.
