Esta publicação propõe um registo de opiniões de diversos profissionais que, directa ou indirectamente, acompanham a actualidade e questões da profissão de arquitecto e do tema da arquitectura.
Partindo da extensa lista de convidados que protagonizaram os eventos que a Ordem dos Arquitectos – Secção Regional Sul (OA–SRS) organizou ao longo das três temporadas definidas entre 2011 e 2013 – Nós e os outros; Cidades procuram pessoas – Reabilitação; Turismo & Arquitectura – pensou-se inicialmente em fazer entrevistas com base numa lógica de posições expressas nesses debates, imaginando uma estrutura dual mais ou menos antagónica sobre os temas discutidos.
Reconhecendo como é fruste e impotente essa clivagem que sempre imaginamos existir entre quem reflecte sobre um assunto como tendo de situar-se obrigatoriamente de um lado ou do outro lado da barricada, rapidamente se optou por outro registo. O de que os convidados pudessem falar sobre o que entendessem ser relevante a partir: i) da prática profissional; ii) dos percursos que os conduziram ao que são e ao que fazem; iii) dos temas que desenvolveram durante os eventos das temporadas referidas. Os convites foram pensados tendo em mente a ligação das pessoas aos temas e problemas mais envolventes das temporadas.
Para o efeito, elaborou-se um triplo apanhado documental. A primeira dimensão é realizada através de entrevistas a profissionais com experiência e práticas distintas, tendo-se deliberadamente prescindido da presença visível do papel de um entrevistador. Esta opção permite conduzir a uma leitura de textos mais imersiva e contínua das opiniões recolhidas, para além de enfatizar as mensagens proferidas de cada um dos seus autores. O conteúdo das entrevistas de arquitectos e de outros especialistas de direito, fotografia, gestão, geografia e história representa o contraste com as visões holísticas da profissão de arquitecto, problematizando questões concretas. São, na verdade, a recriação de uma série de questões transversais desenvolvidas ao longo das temporadas temáticas referidas, nos eventos que a OA–SRS organizou.
A segunda dimensão é realizada através de fotografias dos espaços de trabalho de cada convidado. Interessou-nos particularmente que este denominador comum de imagens pudesse estabelecer uma correlação com os discursos registados e com a apropriação desses espaços.
Por último, um conjunto de dados de fontes diversas, de leitura paralela e/ou complementar aos depoimentos. Estes dados têm procurado reflectir, desde 2006, a actividade dos arquitectos e alimentado um sem-número de conjecturas a propósito do exercício da profissão. A proposta que fazemos sugere apenas prováveis conexões entre os excertos assinalados e o resultado das entrevistas. Esta bibliografia foi escolhida em função da sua aproximação às questões centrais da publicação: construção da identidade, formas de prática, impacto do trabalho dos arquitectos na sociedade.
A actualidade das questões levantadas constrói a sua pertinência no ponto em que esta se encontra com o passado – com as experiências profissionais relatadas e com as passagens de estudos de bibliografia seleccionada – e se projecta no futuro. Essa pertinência marca, igualmente, uma referenciação com as posições que o Conselho Directivo Regional do Sul tem defendido no seu plano estratégico e desenvolvido nos planos de actividades.
A proposta de diversas leituras acerca da Arquitectura Hoje conflui para o texto do presidente do Conselho Directivo Regional do Sul, Rui Alexandre, no qual se infere a experiência profissional como o histórico a partir do qual as camadas sedimentadas pelo exame de consciência supõem formas de ser e agir continuamente por reformular.
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