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Teresa Beirão (1954-2015). Missa do 30.º dia a 11 de Março
10.03.2015
A missa do 30.º dia em sua memória é celebrada a 11 de Março, às 18h30m, na Igreja de São Mamede, na Rua da Escola Politécnica, em Lisboa.



No dia 11 de Fevereiro de 2015 faleceu em Beja a arquiteta Teresa Sancha Braamcamp de Mancelos Beirão (n. 29 de Dezembro de 1954, em Lisboa).
Teresa Beirão foi pioneira na arquitetura de terra contemporânea e uma das grandes responsáveis pelo ressurgimento da construção com terra crua em Portugal, na década de 1990.
Dedicou grande parte da sua vida profissional à revitalização da técnica construtiva que predominou no Baixo Alentejo até aos anos 1950-60 – a taipa –, transformando-a de um marco de arquitetura de pobreza em matéria nobre da arquitetura contemporânea. Foi a segunda de oito filhos da união entre o arqueólogo Caetano de Mello Beirão e Maria José Bastos Braamcamp de Mancelos.
O carácter de Teresa Beirão foi notoriamente marcado pela sua sólida educação e cultura, mas também por uma franca generosidade e uma fácil comunicação que lhe permitia relacionar-se com pessoas de um largo espectro social. Em 1979, concluiu a Licenciatura em Arquitetura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, com 15 valores.
Após colaborar no gabinete do arquiteto paisagista Francisco Caldeira Cabral, rumou para a Câmara Municipal de Odemira em 1985, onde trabalhou até 1990. Foi neste contexto, em pleno Alentejo, que o contacto permanente com o património vernacular alentejano e o encanto que reconhecia na simplicidade das formas e dos processos arquitectónicos de cariz popular lhe despertaram a paixão pela arquitetura tradicional e, em particular, pela técnica da taipa. Em especial com o arquiteto Alexandre Bastos, seu marido – com quem partilhou o gabinete de projetos at5, entre 1997 e 2004 – Teresa Beirão projetou e realizou inúmeras obras, maioritariamente no concelho de Odemira.
Entre a sua vasta obra – abrangendo edifícios, públicos e privados; e desde projetos originais a ações de reabilitação e desenvolvimento humanitário – destacam-se o turismo rural da Herdade do Reguenguinho, o projecto de habitação para populações desfavorecidas em Mumemo (Moçambique), o Centro de Dia em São Luís, o infantário Beatriz Gâmboa e a casa Maria Luísa, em Boavista dos Pinheiros, e o Mercado Municipal de São Luís (em co-autoria com A. Bastos). As suas obras em taipa singularizam-se por revelarem provocatoriamente o material que as sustenta, a terra, expondo-o na sua crueza nas paredes exteriores. No auge da sua actividade, organizou exposições, participou em seminários, deu formação a construtores, estudantes, arquitetos, e enfim levou a nova Arquitetura de Terra em Portugal a conferências internacionais.
Entre 2008 e 2011, presidiu, por dois mandatos consecutivos, à Associação Centro da Terra (CdT). O seu segundo mandato foi interrompido devido ao seu estado de saúde. Em 2013, o CdT homenageou-a, batizando o acervo documental da associação de Centro de Documentação Teresa Beirão, integrado na Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém.
O Lar D. José do Patrocínio Dias, em Beja, foi a última obra que projetou, em co-autoria com o arquiteto e amigo Bartolomeu Costa Cabral. Foi aí que a Teresa se recolheu para terminar os seus dias. Em todos, amigos, colaboradores e colegas, fica o exemplo nobre da arquiteta entusiasta, generosa e culta. Por todos a sua falta será muito sentida.


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