Pelo seu exemplo enquanto arquitecto, pela sua absoluta dedicação ao fazer da arquitectura, pelo percurso extraordinário impresso nos seus projectos, pela sua inquietação culta e crítica enquanto autor e cidadão, pela sua palavra sempre límpida, perspicaz e oportuna, e pela felicidade e orgulho que sentimos, enquanto portugueses, com o seu sucesso e com o seu extraordinário reconhecimento nacional e internacional.
Estas são algumas das razões que justificam a homenagem a Eduardo Souto de Moura no Dia Nacional do Arquitecto 2015. João Santa-Rita
Presidente da Ordem dos Arquitectos
O Dia Nacional do Arquitecto, comemorado a 3 de Julho, visa celebrar anualmente a função social, a dignidade e o prestígio da profissão de arquitecto em Portugal, assinalando a data de publicação do Estatuto da Ordem dos Arquitectos, a 3 de Julho de 1998, assim como a data de revogação do Decreto n.º 73/73 com a publicação da Lei 31/2009, a 3 de Julho de 2009.
A sessão solene desta celebração traduz-se na homenagem a um arquitecto pelo seu testemunho exemplar.
Eduardo Souto de Moura (Porto, 1952)
Matriculou-se em 1970 na Escola Superior de Belas-Artes do Porto e completa a licenciatura em Arquitectura em 1980, ano em que inicia a actividade como profissional liberal.
Ainda estudante, colabora com Álvaro Siza (1974-1979). Assistente do curso de Arquitectura da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FA/UP) (1981-1990), foi também Professor convidado em várias escolas europeias: Faculdade de Arquitectura de Paris-Belleville (1988), Escolas de Arquitectura de Harvard e Dublin (1989), ETH de Zurich (1990-1991) e Escola de Arquitectura de Lausanne (1994).
Reconhecido em 1980, com o Prémio Fundação António de Almeida, no ano seguinte ganha o 1.º Prémio no concurso para o Centro Cultural da Secretaria de Estado da Cultura – Casa das Artes (Porto), obra com a qual venceu a 1.ª edição, em 1992, do Prémio Secil, que volta a receber em 2004, com o Estádio Municipal de Braga, e, em 2010, com a Casa das Histórias Paula Rego (Cascais).
Em 1996 recebe o Prémio AICA (Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte) e, em 1998, é o primeiro arquitecto a quem é atribuído o Prémio Pessoa.
Foi finalista do Premio Europeo de Arquitectura Mies van der Rohe com o Estádio Municipal de Braga (2004) e nomeado nove vezes, com Casa em Miramar (1992); Casa do Cinema Manoel de Oliveira, Porto (2003); Metro do Porto e Pavilhão Serpentine Gallery 2005 (este último com Cecil Balmond e Álvaro Siza, 2007); Torre Burgo (2009); Crematório “Uitzicht", Escola de Hotelaria e Auditório, Portalegre, e Reconversão do Convento das Bernardas, Tavira (2013); e Pavilhão Multiusos de Viana do Castelo (2015).
Em Fevereiro de 2009, o RIBA distinguiu a excelência do seu trabalho com um International Fellowship.
Recebeu o Pritzker Prize em 2011 e o Wolf Prize in Architecture 2013.