Arquitectura para uma “Igreja pobre e servidora”. Últimas inscrições
Os arquitectos são os primeiros responsáveis pela definição da identidade formal de uma igreja, mas esta é também determinada e muito por quem a promove, assim saiba programar e definir objectivos. Se hoje muito se pratica uma arquitectura-espetáculo, é bom que as novas igrejas, pelo contrário, assumam outra linguagem e se apresentem humildemente como arquitectura de serviço e acolhimento. Assim, a arquitectura que recebe “aqueles que se reúnem em Seu nome” deverá ser reconhecida, já não pela ostentação que outros tempos atribuíram à “Casa de Deus”, mas pela simplicidade da casa de oração da comunidade cristã.
Em 1962, os Padres Conciliares, numa mensagem dirigida à Humanidade na abertura do Concílio Vaticano II, afirmaram: “Não é verdade que por estarmos ligados a Cristo estamos dispensados das tarefas e obrigações terrenas. Pelo contrário, a Fé, a Esperança e o Amor de Cristo levam-nos a servir os nossos irmãos, e assim seguimos o exemplo do Divino Professor, que «veio para servir e não para ser servido“ (Mt20, 28). Deste modo, também a Igreja não nasceu para dominar mas para servir.” Meio século depois, o Papa Francisco voltou a falar da centralidade do serviço, e lembrou na homilia da missa de início do seu pontificado que “o verdadeiro poder é o serviço”. Três dias antes, na audiência aos jornalistas, desabafara: “Como eu gostaria de uma Igreja pobre para os pobres.” Confirmou, deste modo, a actualidade do título que o P. Yves Congar op escolheu, em 1963, para um dos seus livros: “Pour une Église servante et pauvre”.
Será essa a imagem e o testemunho das igrejas do nosso tempo? A resposta a esta interpelação nova e antiga só será encontrada no debate dos desafios que hoje se abrem à liturgia, à arte e à arquitectura religiosa.
SÁBADO, 17 DE OUTUBRO DE 2015 09h30: Recepção
09h45: Abertura
Painel “Contextos” 10h05: Daniela Leitão e Inês Leitão > Documentário “O meu bairro”
Mesa Redonda
10h45: Francisco Sarsfield Cabral > Tipologias da pobreza
11h15: João Menezes > Carências da cidade actual
11h45: P. José Manuel Pereira de Almeida > Cuidar do outro
12h15: Debate
13h00: Almoço
Painel “Formas” 14h35: Bernardo Miranda > A teologia da pobreza na obra de Emil Steffann
(1899-1968)
Mesa Redonda
15h15: Carmo Pupo > Simplicidade
15h35: João Luís Marques > Disponibilidade
15h55: João Alves da Cunha > Sobriedade
16h15: Debate
17h00: Intervalo
17h15: Frei Bento Domingues op > Igreja servidora em novo
contexto histórico e social
18h00: Encerramento