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Pancho Guedes (1925 - 2015)
07.11.2015
Com pesar informa-se que o arquitecto Pancho Guedes faleceu este sábado, aos 90 anos.



Recebi hoje já ao início da tarde a notícia da morte do Pancho Miranda Guedes. Ligou-me o Pedro Ressano Garcia, querido amigo do Pancho a dar a triste notícia.

Ficamos todos mais pobres, com a sensação de um enorme vazio, a arquitectura também ficará certamente. Perde-se um grande homem, um genial arquitecto, um grande mestre e um professor único, cujas qualidades humanas e dedicação serão certamente recordadas por todos os seus alunos com a mais profunda das saudades.

As suas aulas não tinham fim porque o seu entusiasmo e disponibilidade para o ensino e os alunos eram totais.

O Pancho foi um homem superior à sua obra, ou a sua obra foi superior à sua condição enquanto homem. O que nos deixa é um vasto património de obras da mais diversa natureza que marcarão para sempre as culturas dos países nos quais viveu e interveio.

Deixo três notas.

Uma primeira, referente ao momento em que conheci a obra e o arquitecto Pancho Guedes, ainda na Escola Superior de Belas-Artes, que haveria de marcar em muito toda a minha aprendizagem e aproximação à arquitectura.

Uma segunda, relativa a um pequeno livro editado em 1964, que o meu pai me deixou, de Sherban Cantancuzino, intitulado “Modern houses of the world” - na sua primeira página aparecem apenas duas imagens, primeiro uma fotografia da chaminé da Martins House em Moçambique de Pancho Guedes, depois uma da sala da Villa Mairea na Finlândia de Alvar Aalto.

Uma terceira, a propósito de um encontro numa universidade, onde estava a Zaha Hadid, referindo-se a Pancho Guedes, disse “Oh my great and lovely Pancho”.

Agradeço, em nome da Ordem dos Arquitectos, tudo quanto nos deu, deixou e ensinou, que honram e enriquecem o país e o mundo.

João Santa-Rita
Presidente da Ordem dos Arquitectos




O Pancho Guedes já não está cá...
Durante 90 anos produziu delirantemente uma obra que faz vibrar e desperta reações fortes.
Há quem fique inspirado, há quem sinta cócegas no espírito e há quem o despreze.

Como escreveu a M. Yourcenar "há almas que nos lembram que a alma existe", que atravessam o tempo e o espaço.

A vibração do seu trabalho atravessa gerações e tem ganho força com o tempo, dando sinais duma vitalidade rara no cenário mundial.

A sua obra não se insere na denominada - arquitectura made in Portugal, a sua liberdade intelectual manteve-o fora de contexto. Controverso e incómodo permaneceu fiel à sua franqueza. A sua coragem despertou ódios ou paixões mas nunca indiferença.

Mais do que Yourcenar preferiu sempre A. Rimbaud cujo poema Le bateau ivre recitou sempre divertido.

Abraçou a vida com um olhar curioso, digeriu com gosto e produziu com avidez, sabendo que o seu trabalho era maior que a sua vida. O Pancho já não está cá ... mas continua a ser um ícone do criador genial.

Pedro Ressano Garcia
Prémio Pancho Guedes 2010


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