Qual a pertinência da repetição no quotidiano?
Qual a sua relação com o tempo e com o espaço que habitamos?
Seguindo uma linha de pensamento influenciada por Jacques Derrida, Nietzsche e Bela Tarr, as peças expostas re‐apresentam a rotina e a práxis (enquanto expressões quotidianas da repetição) como um eterno retorno estruturante da vida.
O presente ‐ sendo intangível como a identidade ‐ actualiza‐se constantemente e alarga‐se sem fronteiras definidas. Nele somos rastro do que fomos e a expectativa de para onde nos dirigimos, sendo que o tempo é também (e principalmente) percepção mental.
A repetição enquanto prática, ajuda-nos a identificar signos e a construir a representação do mundo sendo, deste modo, a possibilidade da arte.
A práxis, enquanto acção rotinada é irrepetível, como cada espaço, cada rotina, projecto ou pensamento, no entanto, este é um conceito que encerra uma actividade caracterizada pela sua natureza concreta, em oposição à reflexão teórica.
Ana Vieira Ribeiro (Faro 1978), trabalha e vive em Lisboa. Licenciada em Arquitectura (FAUTL-2001) e Mestre em Pintura (FBAUL-2015). A sua prática autoral revela inquietações respeitantes à (des)construção do indivíduo e às relações que este assume e/ou ignora com o tempo e com o espaço.
www.ana.vieiraribeiro.net