Há alguns meses já que tínhamos conhecimento do inevitável, mas nem por isso estávamos preparados para a notícia do falecimento do colega Manuel Graça Dias.
Membro de uma geração de jovens que desde os finais da década de setenta e na de oitenta se destacou em obras e numa participação pública notável, em diversos jornais e revistas. Participação e divulgação que ele depois prolongou em programas de televisão e de rádio onde mostrou as suas excelentes qualidades de comunicador, com uma rara capacidade de fazer chegar ao grande público temas muitas vezes herméticos da profissão.
Uma capacidade de comunicação que soube sempre manter também enquanto professor.
Tendo iniciando a sua actividade profissional no fértil ambiente de experimentação plástica de Macau, em colaborações com Manuel Vicente, Graça Dias transportou e mesclou toda essa irreverência e experimentalismo formal no ambiente nacional onde então o pós modernismo despontava.
Foi nesses anos, e em colaboração com Egas José Vieira, o vencedor de concursos tão importantes como os do Pavilhão de Portugal para a Expo de Sevilha (em 1989), ou do edifício da Ordem dos Arquitectos, em Lisboa (em 1991), e assumindo assim uma posição de destaque no panorama nacional.
Foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique em 2006, e a OA atribuiu-lhe o título de Membro Honorário em 2015, mas a sua participação nas actividades da Ordem, foi ainda marcada pela sua passagem enquanto responsável do J-A, jornal arquitectos em dois períodos 2009/2012 e 2000/2004.
José Manuel Pedreirinho
Presidente do Conselho Directivo Nacional da OA